Um levantamento conduzido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), mostra que apenas 270 empresas abertas são responsáveis por uma fatia expressiva da economia brasileira. Segundo o estudo, essas companhias respondem por cerca de 23% da arrecadação empresarial do país e geram 17,1% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar de representarem um universo extremamente reduzido frente aos mais de 21 milhões de CNPJs existentes no Brasil.
Em 2024, as corporações listadas concentraram R$ 639,6 bilhões em tributos pagos aos cofres públicos (considerando impostos federais, estaduais e municipais) valor equivalente a quase um quarto da arrecadação federal. No mesmo período, geraram R$ 2,1 trilhões em valor adicionado à economia, consolidando-se como um dos principais pilares fiscais e produtivos do país.
O levantamento indica ainda que essas empresas empregam diretamente 2,8 milhões de trabalhadores, com remuneração média mensal de R$ 10.250, quase três vezes acima da média nacional, estimada em R$ 3.700. Ao longo de 2024, foram destinados R$ 344,3 bilhões ao pagamento de salários, benefícios e encargos sociais.
Novo indicador
Coordenado pelo professor Márcio Holland, da Escola de Economia de São Paulo da FGV, o estudo desenvolveu um novo índice de valor adicionado à sociedade, calculado a partir da soma de salários, tributos e pagamentos a fornecedores. O objetivo foi mensurar de forma mais precisa o impacto direto das empresas sobre o bem-estar coletivo. “Esses resultados não são fruto do acaso. Empresas listadas tendem a adotar governança mais rigorosa, maior transparência e padrões elevados de controle. Isso impulsiona ganhos de produtividade, inovação e crescimento econômico de longo prazo”, avaliou Holland.
Somados os tributos pagos e a compra de insumos de terceiros, o volume total movimentado pelas companhias alcança R$ 4,1 trilhões, reforçando o papel do mercado de capitais como fator central para o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade das contas públicas.
Para o presidente-executivo da Abrasca, Pablo Cesário, o estudo evidencia que as empresas abertas são estruturantes para o país. “Fortalecer o mercado de capitais é fortalecer o Brasil. Essas companhias são a base fiscal e produtiva da economia nacional”, afirmou.
Rodrigo Moccia, presidente da Comissão de Relações Institucionais da entidade, destacou que a contribuição vai além dos números. “O volume de tributos sustenta políticas públicas em áreas como saúde, educação e segurança, mostrando o papel social e institucional dessas empresas.”
O estudo será lançado oficialmente em evento da Abrasca, nesta terça-feira (2/12), em Brasília, com a presença de autoridades do Executivo, Legislativo e lideranças empresariais. Na ocasião, empresas e parlamentares que contribuíram para o fortalecimento do setor produtivo serão homenageados. A Abrasca reúne mais de 450 companhias abertas e responde por mais de 80% do valor de mercado das empresas listadas na B3, consolidando-se como uma das principais representações do setor empresarial brasileiro.
Fonte: correiobraziliense
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